Leia abaixo a fantástica atividade criada por um pai do Rio de Janeiro para ajudar o seu filho Daniel, que tem o diagnóstico de autismo, a tomar medicamentos ligados ao seu tratamento reumatológico:
“Participando do Curso de Módulo 2 da Inspirados pelo Autismo (atual Módulo 3), tive a oportunidade de trazer várias ideias para o dia a dia com meu pequeno Daniel, que completou 4 anos em novembro e tem autismo. Uma delas foi a do “remédio do Hulk”. A ideia surgiu como conto a seguir.
Numa das aulas do curso, o tema abordado foi flexibilidade e esse era um dos meus maiores focos de interesse pois Daniel apresenta, com frequência, muita rigidez de comportamentos e escolhas. Exige escolher roupas e comidas, bem como a forma de cada um dos seus procedimentos e rotinas. Trabalhamos duro em casa em com as terapeutas pra minimizar isso.
Mas uma de nossas maiores dificuldades é dar-lhe seus remédios. E ele precisa tomar muitos, pois além do autismo, Daniel tem uma doença reumatológica conhecida como PFAPA, uma sigla em inglês para Febre Periódica, Estomatite Aftosa, Faringite e Adenite. Seu tratamento exige medicações diárias, provavelmente até a idade adulta. E ele, claro, detesta os remédios.
Foi então que vi no curso um vídeo em que o facilitador Lincoln fazia uma atividade com uma criança que rejeitava muitas comidas e não comia frutas de modo algum. Lincoln se fingia de fraco e ficava forte quando comia um pedaço de maçã. A criança adorava a maneira como Lincoln se comportava ao ficar forte. E decidiu comer também. Então eu pensei: posso fazer algo semelhante com Daniel, mas para fazê-lo querer tomar os remédios.
Fizemos. Conversei com minha esposa e combinamos tudo. Exploraríamos um dos maiores interesses atuais do Daniel: os super-heróis “Vingadores”. Em especial, o Hulk. Agimos assim: sentei numa poltrona da sala e me fingi de fraco. Disse para a mãe dele que eu precisava de um remédio. Expliquei que com o remédio eu viraria o Hulk. Aquele era “o remédio do Hulk”, um herói muito forte. Então ela me deu (fingiu me dar) o remédio e eu imitei o Hulk da maneira mais espalhafatosa e engraçada possível.
Pra nossa alegria, o Daniel entendeu a mensagem de imediato. Foi logo dizendo “agora é minha vez” e sentou-se na poltrona em que eu tinha recebido o remédio. Chegou a teatralizar, fazendo os mesmos gemidos de fraqueza e dor que eu fiz ao pedir o remédio. Assim que demos todos os remédios ele se levantou e saiu imitando o Hulk pela casa. Aaaarhhh! Aaaarhhh! Aaaarhhh! Agora é ele quem pede o remédio do Hulk pra nós.
Essa dinâmica nos ajudou também com os remédios da Mariana, irmã do Daniel, que tem dois anos e meio e não tem autismo. Ela mesma sugeriu que o remédio dela seria o “remédio das princesas”. Então quando precisamos que ela tome um remédio, ela toma e sai dançando como uma bailarina. Agora a hora do remédio é, pra nós, uma hora de brincar.”
Diego Moreira, pai do Daniel, 4 anos, Rio de Janeiro
6 comentários em “O remédio do Hulk – Uma fantástica atividade criada por um pai do Rio de Janeiro para ajudar o seu filho com autismo”
Obrigado pela dica!
Achei muito legal a sacada dos pais após a inspiração recebida no curso.
Olá Peter,
Agradecemos pelos seus comentários e por apreciar a criatividade do Diego em adaptar os princípios apreendidos em nosso curso e criar uma atividade para ajudar o seu filho Daniel a tomar os seus medicamentos de seu tratamento reumatológico.
Temos outras sugestões para atividades da vida diária que você poderá ler acessando o link a seguir: http://www.inspiradospeloautismo.com.br/a-abordagem/atividades-de-vida-diaria-para-pessoas-com-autismo/
Atenciosamente, Equipe Inspirados pelo Autismo
sou estudante de enfermagem estou no 8 periodo , tenho um filho autista ele tem 2 anos e 2meses e sem saber do programa coloquei em casa espelho grande, bola grande e brinquedos grandes para ele desoculpei uma sala só para ele. tudo sem saber, quando vi agora no site de vocês me admirei ele não fala mais desenvolvel muito com minha atitude pois o mesmo nem olhava para mim me emocionei muito ao ver pois tudo que voces relataram me vi junto com ele chorei. hoje quero ajudar maes a cuidar de seus filhos como posso fazer sou de alagoas o curso mais proximo se tratando de parentes que eu possa ficar e sao paulo pois tenho um cunhado ai, ou fazer divulgação para voces virem para ka oque voces acha……..me manda um e-mail.
Sou pedagoga e estou iniciando um trabalho junto com uma equipe de educação patrimonial, na comunidade onde iremos trabalhar ha uma sala multiseriada onde estão inseridas algumas crianças com autismo, gostariamos muito de abordarmos a temática de arqueologia (assunto da educação patrimonial) com elas, alguma dica?
Olá, boa noite. Muito interessante a maneira como vocês conseguiram fazer seu filho tomar os medicamentos. De forma lúdica e simples. Tenho um neto de 7 anos com autismo, mas o nível dele é bem leve. Ravi, as vezes é decidido em não fazer as coisas, umas delas é almoçar e quer comer lanches. Quando ele vem passar uns dias, fico muito angustiada, fica um dia que ele come bem e os outros não come, só lancha. Ele gosta de dinossauros e do Hulk também. Vou dar a sugestão ao meu marido, o avô, pra fazer com que a comida seja a comida de Hulk kkk vou tentar.