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Técnicas de improvisação teatral para pessoas com autismo

Técnicas teatrais para o desenvolvimento de pessoas com autismo

O laboratório de Psicologia da Universidade de Indiana, nos EUA, está conduzindo estudos envolvendo a utilização de técnicas teatrais de improvisação para o desenvolvimento de pessoas com autismo. O laboratório quer verificar como estas ferramentas podem ser utilizadas para ajudar pessoas com autismo a compreender e a expressar emoções. Segundo a equipe, interpretar a linguagem corporal e as emoções dos outros pode muitas vezes ser desafiador para pessoas com autismo. Ao se comunicar, socializar e fazer amigos, nem sempre os sinais e a leitura desses códigos são captados facilmente pelas pessoas com autismo. Os pesquisadores investigam então formas de promover estas habilidades.

Técnicas de teatro para pessoas com autismoRachel Magin, estudante de doutorado na Universidade, tem trabalhado com crianças de seis a nove anos com autismo de alto desempenho em uma aula especial para o desenvolvimento de habilidades sociais. A ideia é explorar as diferentes maneiras pelas quais as pessoas se comunicam. Por exemplo, “através de nossas expressões faciais, através do modo como nossa linguagem corporal mostra isso, ou apenas o tom de nossa voz”, afirma. O trabalho tem um foco bem objetivo: as crianças participam de sessões em que improvisam situações diversificadas de seu cotidiano, refletem sobre suas emoções e sobre como elas as demonstram, e isso as ajuda a se comunicar mais claramente em suas vidas. Para Rachel Magin, decifrar os códigos e pistas sociais pode ser comparado a usar uma língua estrangeira e “nossas crianças não necessariamente aprenderam essa língua”.

“A técnica [teatral] propicia um ambiente seguro, divertido e autêntico de aprendizagem.” Jim Ansaldo

Numa das sessões conduzidas pelos pesquisadores, uma criança retira uma frase de um envelope. Depois, a criança escolhe aleatoriamente um cartão contendo uma emoção. A criança lê a frase demonstrando a emoção descrita no cartão para os seus colegas da classe. Os colegas tentam decifrar qual a emoção expressa. Rachel conta que as vezes as crianças acertam a emoção rapidamente. Mas a encenação pode ficar intrigante quando a frase sorteada não expressa uma emoção mais óbvia. O garoto Jake, de nove anos, sorteia e encena a frase: Acabou! As crianças da classe reagem: “Triste”; “assustado”; “feliz”. E então Jake afirma: “Sim!” Para a pesquisadora que conduz a sessão, essa é uma grande oportunidade de aprendizagem. Ela pergunta para o grupo: “O que teria ajudado o Jake a mostrar que ele estava feliz? Uma menina de seis anos que não tem autismo, mas que participa da classe com seu irmão, dá um pulo gritando: “Eba, acabou!” Rachel explica para a classe: “Ok, então pular para cima e para baixo e fazer a voz ficar um pouco mais aguda e com um volume um pouco mais alto”. E as crianças acenam com a cabeça. A dinâmica da sessão continua com encenações de situações que podem causar ansiedade como, por exemplo, o primeiro dia de escola. Estas encenações podem ser especialmente importantes para as crianças com autismo que sentem ansiedade mais intensa e mais frequente que as demais.

Para Jim Ansaldo, também pesquisador da Universidade de Indiana, a técnica propicia um ambiente seguro, divertido e autêntico de aprendizagem. O pesquisador salienta que nesse ambiente a sensação que se quer passar é que os erros não importam. Nos EUA, além das sessões conduzidas no laboratório de Psicologia da Universidade de Indiana também acontecem alguns acampamentos de verão para adolescentes com autismo focados no uso de técnicas teatrais de improvisação. Ansaldo afirma que os programas específicos de improvisação estão crescendo e vê a ferramenta como uma tecnologia de conexão e comunicação humana. Janna Graf, mãe de Shaw, um garoto de oito anos que participa de uma das classes, acredita que a técnica tem ajudado seu filho. Recentemente, ela viu o filho se apresentar em um grupo da igreja: “Ele disse: ‘Meu nome é Shaw, eu tenho 8 anos de idade’, e então ele acenou com suas mãos para a próxima pessoa (deixando a entender que agora era a vez da outra pessoa se apresentar). Ele está aprendendo a esperar.” Depoimentos como o de Janna auxiliam os pesquisadores a avaliar se os aprendizados obtidos nas classes de improvisação têm se transferido para situações sociais reais. Os pesquisadores mostram-se motivados pelos primeiros resultados.

Técnicas de teatro para pessoas com autismo - tratamento para o autismoAs técnicas teatrais de improvisação têm sido empregadas por outras instituições nos EUA, em formatos diferenciados, com o mesmo objetivo de promover as habilidades sociais entre pessoas com autismo. Por exemplo, no programa de teatro do Laboratório SENSE (Social Emotional Neuro Science Endocrinology, na Língua Inglesa), desenvolvido no Vanderbilt Kennedy Center no Tennesse, as pessoas com autismo formam pares com participantes neurotípicos e são motivadas e apoiadas a participar da apresentação de uma peça teatral. O grupo capacita crianças e adolescentes neurotípicos que atuam como mediadores – alguns dos mediadores são, inclusive, jovens atores. Durante a preparação da peça, os mediadores vão oferecendo modelos para as crianças com autismo sobre como agir na arena social, por exemplo, como iniciar e manter conversas ou como compreender o humor. Além das técnicas teatrais de improvisação, a abordagem oferece oportunidades para que as crianças com autismo participem da criação do roteiro e da caracterização dos personagens da peça, da execução dos papéis e de performances com coreografias e música.

De acordo com a Dra. Blythe Corbett, diretora do Vanderbilt Kennedy Center, os estudos científicos conduzidos têm mostrado impactos positivos no desenvolvimento das pessoas com autismo. Uma de suas pesquisas publicada no Journal of Autism and Developmental Disorders  envolveu 30 jovens com autismo, com idades entre oito e catorze anos. No estudo, 17 jovens participaram do grupo experimental e 13 participaram do grupo controle. O trabalho durou dez semanas e os resultados indicaram que os jovens do grupo experimental apresentaram ganhos ​​na capacidade de identificar e lembrar rostos, aumento das interações com outras crianças fora do ambiente de tratamento e melhoria na comunicação social em casa e na comunidade. Para Corbett, ao final do processo o que se tem é a apresentação de uma peça em que participantes compartilham o palco em uma colaboração única entre arte e ciência. Corbett considera que os colegas mediadores possuem a capacidade de se conectar e ensinar às crianças com autismo várias habilidades sociais, “E, em relação às técnicas de atuação teatral que ampliam a habilidade e a motivação para se comunicar, os dados sugerem que podemos promover mudanças duradouras na forma como as crianças com autismo percebem e interagem com o mundo social”.

E no Brasil? Por aqui, também é possível encontrar iniciativas em que técnicas teatrais de improvisação para promover as habilidades sociais de pessoas com autismo são empregadas. O Projeto Aut da Oficina dos Menestréis de São Paulo começou em 2013. Os participantes atuam como atores, desempenhando papéis que envolvem coreografias, música e humor. Em sua terceira edição, ano passado o Projeto Aut apresentou uma peça inspirada na programação das rádios, com a participação de pessoas com autismo entre 12 e 28 anos. Os atores representavam locutores que ofereciam ao público cenas divertidas e irreverentes por meio da “Rádio ZYBem Bom”. Conheça mais sobre o projeto e assista trechos das peças visitando a fanpage do grupo no Facebook.

Quer aprender mais? Na Inspirados pelo Autismo, temos utilizado em nossas sessões com crianças, adolescentes e adultos com autismo ferramentas, como a do teatro de improvisação, capazes de promover a comunicação, a flexibilidade e a interação social. Em nossos cursos, você pode aprender a elaborar atividades divertidas que promovem as habilidades sociais de pessoas com autismo. Preparamos um PDF com ideias de atividades divertidas que você pode baixar gratuitamente para brincar com sua criança enquanto a auxilia a desenvolver suas habilidades. Clique no  link abaixo para receber seu arquivo.

Atividades interativas para pessoas com autismo

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Autismo infantil

Nova pesquisa reforça descobertas para o diagnóstico do autismo infantil a partir da análise de líquidos cerebrais

Autismo infantil
Ressonância magnética de um bebê de seis meses diagnosticado com TEA aos dois anos (à direita) e cérebro de um bebê neurotípico (à esquerda). Carolina Institute for Developmental Disabilities (UNC-Chapel Hill)

Uma nova pesquisa publicada na revista Biological Psychiatry apresenta resultados que podem significar avanços no diagnóstico do autismo infantil a partir da análise do líquido cefalorraquidiano (LCR), também conhecido como líquor. O estudo foi conduzido por pesquisadores do UC Davis MIND Institute, da Universidade da Carolina do Norte (UNC), junto a outras instituições americanas.

Segundo a pesquisa, a distribuição alterada de líquido cefalorraquidiano em crianças pode prever se elas vão desenvolver o transtorno do espectro autista (TEA). A análise do líquido cefalorraquidiano por meio de ressonâncias magnéticas consiste num possível marcador precoce capaz de indicar chances de desenvolvimento do autismo em bebês a partir dos seis meses de idade.

“Normalmente, o autismo é diagnosticado quando a criança tem dois ou três anos de idade e começa a mostrar sintomas comportamentais, atualmente não há marcadores biológicos precoces”, afirma David Amaral, diretor de pesquisa do UC Davis MIND Institute. Para David Amaral, “a existência de uma alteração na distribuição de fluido cerebrospinal que podemos ver em ressonâncias magnéticas tão cedo quanto seis meses é uma descoberta importante.”

Produzido pelo cérebro, o líquido cefalorraquidiano tem a função de absorver os impactos, evitando assim que o cérebro se choque com o crânio. O papel do líquido cefalorraquidiano, porém, pode ir mais além de seu papel como amortecedor cerebral. Estudos recentes têm mostrado que este líquido pode ter uma função no controle da migração neural e de outros mecanismos associados ao desenvolvimento cerebral, como a eliminação de moléculas “danosas”.

Para Mark Shen, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, “O líquido cefalorraquidiano é como o sistema de filtragem no cérebro. À medida que o LCR circula pelo cérebro, ele elimina partículas de resíduos que, de outra forma, se acumulariam. Acreditamos que o LCR extra-axial é um sinal precoce de que o líquido cefalorraquidiano não está sendo filtrado e drenado quando deveria. O resultado é que poderia haver um acúmulo de neuro-inflamação que não está sendo eliminada.”

O novo estudo confirma os resultados de pesquisa anteriormente realizada no MIND Institute em que foi observado em lactentes com aumento do líquido cefalorraquidiano no espaço subaracnóideo (perto do perímetro do cérebro) um maior risco de desenvolver o autismo. O presente estudo procurou validar os resultados anteriores em uma amostra maior de bebês no Infant Brain Imaging Study (IBIS), uma rede nacional de pesquisa de instituições como a UNC, a Washington University, o Children’s Hospital da Filadélfia e a University of Washington.

Para testar se o líquido cefalorraquidiano pode indicar risco aumentado de desenvolvimento do transtorno do espectro autista, os pesquisadores examinaram ressonâncias magnéticas de 343 bebês aos 6, 12 e 24 meses de idade. Neste grupo, 221 bebês tinham irmãos mais velhos com autismo e, portanto, tinham maior risco de desenvolver o transtorno. Os outros 122 sujeitos não tinham antecedentes familiares.

Os bebês que mais tarde desenvolveram o TEA apresentaram significativamente mais líquido cefalorraquidiano subaracnóide aos seis meses do que aqueles que não desenvolveram o transtorno. Entre os bebês de alto risco, aqueles que foram diagnosticados com autismo tiveram 18% mais do LCR subaracnóide. Estas medidas predisseram autismo no grupo de alto risco com cerca de 70% de precisão.

“Quanto mais líquido cefalorraquidiano extra-axial presente aos seis meses, mais graves os sintomas de autismo quando as crianças foram diagnosticadas aos 24 meses de idade”, observou Shen.

Os pesquisadores explicam, contudo, que determinar biomarcadores para o autismo, ou qualquer desordem, pode ser um processo complicado. Muitas vezes, os resultados iniciais dos estudos não são replicados em pesquisas subsequentes. O fato de o estudo atual confirmar a descoberta anterior é um passo significativo no processo de determinação de biomarcadores para o autismo, embora ainda existam muitas perguntas não respondidas sobre essa questão. Por exemplo, os pesquisadores não sabem se o acúmulo de LCR contribui para o autismo ou se é simplesmente um efeito de outra causa ainda desconhecida.

Além disso, o biomarcador não é “sensível” o suficiente para dizer com certeza se uma criança vai desenvolver autismo. No entanto, a ligação aparente entre o aumento do líquido cefalorraquidiano e o autismo pode ter um impacto clínico significativo. Em última análise, com mais estudos nessa área, acredita-se que o líquido cefalorraquidiano poderia ajudar a avaliar o risco de uma criança desenvolver TEA e, possivelmente, outros distúrbios neurológicos.

Compartilhe essa nova descoberta científica com seus familiares, amigos e colegas de trabalho e ajude na disseminação de informações sobre o autismo.

Quer saber mais sobre o autismo? Leia sobre o TEA em nosso site e encomende o livro “Dez Coisas que Toda Criança com Autismo Gostaria que Você Soubesse”, de autoria de Ellen Notbohm.

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Nova metodologia orienta pais no tratamento de crianças com autismo com resultados positivos, afirma recente pesquisa britânica

 

Recente pesquisa publicada pelo jornal médico The Lancelot sobre nova metodologia que orienta pais no tratamento precoce de crianças com autismo tem resultados surpreendentes, trazendo melhorias no desenvolvimento das crianças, inclusive a longo prazo.

Isto é o que afirma também o jornal britânico The Guardian, que considera os resultados da nova pesquisa um avanço potencial no tratamento de crianças com autismo, beneficiando milhares de famílias.

Realizado no Reino Unido, o estudo envolveu 152 crianças de dois a quatro anos com autismo, muitas delas diagnosticadas com autismo severo e grandes dificuldades de comunicação. As crianças foram divididas em dois grupos, um grupo de controle e um grupo que recebeu a intervenção. As crianças do grupo de controle tiveram acesso às terapias tradicionais para o autismo, enquanto o segundo grupo recebeu o tratamento em estudo, denominado Preschool Autism Communication Trial (PACT).

Ao longo da pesquisa, os pais foram treinados para entender melhor as suas crianças e saber como interagir com elas. Os pais frequentaram duas vezes por semana, durante seis meses, uma clínica em que eram filmados em sessões com seus filhos, junto a uma caixa de brinquedos. Os pais participaram das sessões e depois assistiram aos vídeos destas sessões para reconhecer oportunidades de interação a partir de sinais das crianças mostrados nas gravações feitas. Por exemplo, alguns desses sinais seriam a criança oferecer um brinquedo ou fazer um som que poderia ser interpretado como um pedido oral. Logo, se uma criança oferecia um brinquedo, o pai era orientado a retribuir essa ação. Se a criança dissesse uma palavra, o pai poderia repetir essa palavra e acrescentar algo mais. Os pais foram orientados a dar continuidade a essas práticas em casa, no dia a dia.

Os primeiros resultados da nova terapia puderam ser notados pelos pesquisadores no final do primeiro ano de tratamento. O impacto mais significativo da terapia, entretanto, foi observado ao longo dos seis anos seguintes. Na fase inicial da pesquisa, 50% das crianças no grupo controle que não receberam o novo tratamento e 55% das crianças que participaram da nova terapia foram diagnosticadas com autismo severo. As crianças do grupo que recebeu a intervenção, contudo, obtiveram melhora em seu quadro, com a diminuição de parte dos sintomas. Na conclusão do estudo, 63% das crianças no grupo de controle foram diagnosticas com autismo severo, em comparação com 46% das crianças do grupo que recebeu a intervenção.

Segundo os pesquisadores, a comunicação das crianças com seus pais foi aprimorada no final dos seis anos do estudo. Os pais relataram também melhorias nas relações de seus filhos com autismo com outras crianças, na comunicação social e nos comportamentos repetitivos. Não foram observadas mudanças significativas, contudo, quanto aos comportamentos indesejados ou aos quadros de depressão e de ansiedade nas crianças com autismo, sendo que, nestes casos, as crianças ainda precisariam de muito apoio durante seu desenvolvimento.

“A vantagem desta abordagem em relação a uma intervenção direta entre o terapeuta e a criança é que ela tem potencial para afetar a vida cotidiana da criança”, afirmou o professor Jonathan Green, da Universidade de Manchester, que conduziu o estudo. “Nossas descobertas são encorajadoras, pois representam uma melhora nos principais sintomas de autismo anteriormente vistos como muito resistentes à mudança. 

Para o Professor Jonathan Green,“Isso não é uma cura, no sentido de que as crianças que demonstraram melhorias ainda mostrarão os sintomas remanescentes em uma extensão variável, mas sugere que trabalhar com os pais para interagir com seus filhos desta maneira pode levar a melhorias nos sintomas a longo prazo.”

Na reportagem publicada pela rede britânica BBC sobre a pesquisa, Louisa, mãe de Frank, conta que foi possível notar, paulatinamente, que as crianças começaram a expandir suas habilidades de comunicação durante o tratamento. “Você percebe coisas que não perceberia em tempo real. Coisas como esperar, dar a Frank tempo o bastante para se comunicar e comentar em vez de questioná-lo, de forma a não pressioná-lo para responder.” Louisa ainda comenta, “A equipe que me ofereceu o treinamento para aprimorar minhas habilidades confiava na minha percepção sobre o que mais interessava o meu filho.”

Tracey, mãe de Aaron, conta que os pesquisadores a encorajaram a brincar do que o filho gostava de brincar e a permitir que ele guiasse a brincadeira. Quando assitiam ao vídeo da brincadeira, os pesquisadores sugeriam para Tracey ações que em momentos similares promoveriam as habilidades sociais de Aaron.

Já para Adumea, mãe de Kofi, outra criança que também participou do estudo, “O poder dessa terapia é o fato de que se estende além da hora que você passa na sala do terapeuta porque vai para dentro de casa. É implantada na vida familiar e no jeito como você se comunica com seus filhos”. Adumea ainda ressalta, “E, como disse o Professor Green, isso envolve a vida familiar e a maneira como você se comunica com seus filhos e, a partir do que você aprende com isso, você pode então dizer às escolas: ‘Isto está funcionando, tente isso’ “.

A Inspirados pelo Autismo foca em orientar os pais de crianças com autismo para que eles promovam as habilidades sociais de seus filhos, inclusive em atividades da vida diária em casa. Promovemos cursos de três dias para pais e profissionais para ensinar técnicas práticas para ajudar crianças, adolescentes e adultos com autismo em áreas como comunicação, flexibilidade, comportamentos indesejados e atividades de vida diária. Oferecemos também cursos específicos sobre educação inclusiva que podem capacitar pais, professores e demais profissionais a apoiar projetos de inclusão escolar para pessoas com autismo. Leia em nosso site depoimentos sobre os nossos cursos e participe conosco!

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Vídeo - Comunicação verbal para crianças com autismo

Como lidar com o comportamento repetitivo do meu filho ou aluno com autismo?

Oi pessoal, eu sou a Giovanna Baú, psicóloga e consultora da Inspirados pelo Autismo. Aqui na Resposta Inspiradora, responderemos a perguntas enviadas a nós por vocês, que assistem aos nossos vídeos. Nosso objetivo é informar, inspirar e habilitar famílias e profissionais a ajudar crianças e adultos a desenvolver suas habilidades, superar suas dificuldades e alcançar novos patamares de bem-estar e de desenvolvimento.

A pergunta que vamos responder hoje já nos foi enviada por muitas pessoas nos últimos anos e é a seguinte: Como lidar com os comportamentos repetitivos do meu filho ou do meu aluno?

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Apoios visuais produzidos por um casal de pais ajudam crianças com autismo nas tarefas do dia a dia

Adriana Godoy é mãe, cantora profissional e uma pessoa super inspirada que, junto ao marido desenhista, elaborou uma série com excelentes apoios visuais para ajudar pessoas com autismo em seu dia a dia.

Chamados pelo casal de desenhos roteirizados, os materiais são uma eficaz ferramenta para ajudar pessoas com a autismo a compreender e internalizar situações cotidianas.

Segundo os autores, o uso dos desenhos roteirizados pode ajudar pessoas com autismo a organizar ideias e planejar atividades, colaborando para minimizar comportamentos indesejados e facilitando a autonomia, a aquisição de habilidades e o desenvolvimento das funções cognitivas.

Os desenhos roteirizados podem ser baixados gratuitamente no site Autismo Projeto Integrar e então podem ser impressos pelas famílias e profissionais em suas próprias impressoras. Os desenhos roteirizados estão divididos em categorias como higiene (banho, escovação dos dentes, corte de unhas e de cabelo, uso do vaso sanitário), cotidiano (acordar, ir para escola, vestir, despir, dormir), comportamento (cuspir, morder, se jogar no chão) e inclusão escolar (férias, aulas da semana, agenda de aulas, etc.).

Conheça mais sobre a trajetória da Adriana e de sua família assistindo a palestra que ela conduziu durante o evento TEDx. Nessa palestra, Adriana estabelece uma interessante analogia entre o universo da música e o mundo do autismo e leva a importantes reflexões sobre como de fato podemos integrar as pessoas com autismo na escola e na sociedade:

Conheça os desenhos roteirizados do Autismo Projeto Integrar e curta a fanpage do projeto no Facebook! Acessando o blog do projeto é possível também se cadastrar para receber os informativos.

Conte para nós quais desenhos foram mais úteis para você e como eles ajudaram a criança, adolescente ou adulto com autismo próximo a você! Compartilhe essa notícia com seus familiares e amigos e divulgue o trabalho do Autismo Projeto Integrar!

Lembramos que as imagens existentes no blog do Autismo Projeto Integrar têm direitos reservados, distribuição gratuita e foram produzidos por Neimer Gianvechio. Para mais informações sobre o projeto, por favor, entre em contato com a Adriana.

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Formas de pensamento e autismo

Vídeos de Temple Grandin ajudarão você a entender melhor o pensamento das pessoas com autismo

Muitos pais e profissionais que convivem com pessoas com autismo já ouviram falar em Temple Grandin. Esta norte-americana, hoje uma jovem senhora com 68 anos, foi diagnosticada com autismo na década de 50. Ao longo de sua fantástica trajetória de vida, Temple Grandin escreveu livros, inspirou filmes e tem figurado como uma importante porta-voz sobre o autismo no mundo.

Temple Grandin foi capaz de superar suas dificuldades para tornar-se uma das mais bem sucedidas profissionais no universo das pessoas com características do espectro do autismo nos EUA. Ela não só dedicou parte de sua vida a disseminar informações e novas ideias sobre o autismo, mas também tornou-se PhD em Zootecnia, sendo considerada uma das mais célebres e revolucionárias Zootecnistas no segmento de manejo agropecuário – Temple Grandin implantou novas práticas no manejo do gado, por exemplo, a partir das observações que ela fez sobre o comportamento e a percepção espacial que estes animais têm em relação ao meio que os circunda.

Temple Grandin já foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes no mundo, segundo a revista americana Times, e continua em atividade: ela lançou recentemente o livro “O Cérebro Autista” e mantém atualizado um rico e detalhado site (na Língua Inglesa) sobre sua história, suas crenças e suas colaborações para a melhoria na qualidade de vida das pessoas com autismo.

Nos dois vídeos abaixo (legendados na Língua Portuguesa) Temple Grandin oferece um relato emocionante sobre a sua vida e a sua carreira. Ela menciona o filme rodado recentemente em sua homenagem, fala como superou suas dificuldades na infância e conta com carinho especial como o seu professor de ciências foi capaz de impulsionar seu desenvolvimento e seu aprendizado na escola ao compreender sua forma de pensamento e ao apostar em seus pontos fortes.

Os vídeos vão ajudar você a compreender as diferentes formas de pensamento existentes (e a entender como todas essas formas de pensamento são importantes para a nossa sociedade), além de chamar a atenção de pais, professores e profissionais para a necessidade de aproveitar os interesses e motivações das pessoas com autismo para construir interações e auxiliá-las a desenvolver as suas habilidades e a alcançar todas as suas potencialidades. Veja:

O que você achou da palestra de Temple Grandin no TED? Convide os seus amigos e familiares a assistir essa palestra e a aprender sobre os diferentes tipos de pensamento existentes!

Saiba mais sobre o livro “O Cérebro Autista”, de autoria de Temple Grandin, e conheça também em nosso site outras publicações sobre autismo que vão ajudar você a obter mais conhecimento sobre este importante assunto.

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Adulto com autismo

Diagnosticado com autismo aos 31 anos, rapaz escreve detalhado e emocionante relato sobre sua trajetória e compartilha informações valiosas sobre o autismo

Adulto com autismoÉ possível que alguém viva por muitos anos com características do espectro do autismo sem receber um diagnóstico? A história escrita por Guillaume Paumier sobre a sua própria trajetória mostra que sim.

Mais do que mostrar que o autismo pode ser diagnosticado em pessoas adultas, o emocionante relato de Guillaume é uma rica oportunidade de conhecer mais de perto suas percepções, desafios, sensações, emoções e sentimentos.

O detalhado e elaborado relato de Guillaume aborda temas importantes para a compreensão do autismo, como a função da Teoria da Mente e o papel dos neurônios-espelho para as interações sociais. O relato traz à tona o debate em torno de concepções e ideias usualmente difundidas sobre o universo das pessoas com autismo, sob o ponto de vista de Guillaume.

Resgatando cenas marcantes de sua vida, desde a infância e a relação com a escola até o seu momento atual, das relações pessoais ao mundo do trabalho, Guillaume nos leva para bem perto de seu cotidiano e, assim, nos oferece a oportunidade de repensarmos nossas posturas e atitudes frente às pessoas com características do espectro do autismo.

Veja abaixo alguns trechos retirados do blog de Guillaume e acesse a versão em português de seu relato para continuar lendo o texto de autoria de Guillaume:

“Como poderá imaginar, descobrir que você está no espectro autista aos 31 anos muda a sua percepção completamente; de repente tudo começa a fazer sentido. Eu aprendi muito nestes dois últimos anos, e essa metacognição aumentada me possibilitou observar eventos passados através de uma nova lente.”

“Logo que eu me mudei para os EUA, toda vez que alguém me perguntava “How are you?”, eu fazia uma pausa para pensar sobre a questão. Agora eu já entendi que é somente uma saudação, não exatamente uma pergunta, e praticamente já digo de modo automático “Bem, e você?”. Tardo somente alguns milissegundos para sair do modo curto-circuito e acionar o processo de resposta. Mas se as pessoas saem dessa saudação inicial, esse atalho mental deixa de funcionar. Há alguns anos, uma pessoa do escritório da Fundação Wikimedia me perguntou “Como vai o teu mundo?” e eu fiquei paralisado por alguns segundos. Para poder responder àquela pergunta meu cérebro começou a revisar tudo o que estava acontecendo no “meu mundo” (e o “meu mundo” é grande!), até que eu percebi que eu só precisava dizer “Bem, obrigado!”.”

“Pessoas neurotípicas possuem neurônios-espelho que fazem com que elas sintam o que a pessoa à sua frente está sentindo; os autistas os possuem em quantidade consideravelmente reduzida, o que faz com que eles tenham que escrutinizar os seus sinais para poder tentar entender o que você está sentindo. Mas, ainda assim, eles são pessoas que têm sentimentos.”

Agradecemos ao Guillaume pela oportunidade de divulgar em nosso blog suas valiosas percepções e experiências.

Esperamos que o relato de Guillaume inspire pessoas com autismo, pais, familiares e profissionais e tragas novas ideias e reflexões! Leia o texto completo de Guillaume e conte para gente o que você achou!

O texto de Guillaume foi traduzido por Tila Cappelletto e encontra-se acessível pelo link abaixo: https://guillaumepaumier.com/pt-br/2015/08/31/minha-vida-como-autista-e-wikipedista/

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Montando palavras com pulos mágicos – atividade para alfabetização

Montando palavras com pulos mágicos

Interesses:

Participar de jogos e desafios, atividades físicas como pular e receber cócegas, animais.

Metas principais:

Desenvolvimento da leitura e da escrita a partir da utilização de sílabas que formarão palavras.
Atenção compartilhada de 15 minutos ou mais.

Ação motivadora (o papel do adulto):

O adulto fazer cócegas na criança.

Solicitação (o papel da criança):

A criança ajudar o adulto a montar palavras utilizando sílabas que estarão escritas em pequenas placas. Para a utilização dessa atividade, a criança já deverá ter algum conhecimento sobre famílias silábicas.

Estrutura da atividade:

Liste dois a seis animais que são interessantes para a criança como, por exemplo, pato, gato, rato, sapo, cavalo e macaco. Escreva as palavras em papéis e os coloque numa sacola, para que eles sejam sorteados. Depois, prepare placas coloridas e plastificadas contendo as sílabas que formam as palavras dos nomes dos animais escolhidos. As sílabas devem estar bem grandes e fáceis de ler nas placas (que serão colocadas no chão), pois a criança irá identificá-las à distância. Explique para a criança de forma alegre e entusiasmada que vocês têm várias placas com sílabas diferentes no chão e que estas sílabas vão se transformar em palavras que são nomes de animais quando vocês derem saltos mágicos sobre elas. Explique também que quando vocês formarem o nome de um animal, você vai se transformar no respectivo animal e, com sua forma de se movimentar e seus sons característicos, fará cócegas na criança. Demonstre então como a brincadeira funciona: sorteie uma das palavras da sacola, pule nas placas para juntar as sílabas, fale a palavra para a criança, transforme-se no animal e faça algumas cócegas nela, sem pedir nada em troca. Nos próximos ciclos, sorteie uma palavra, leia a palavra para a criança e mostre a ela o papel (você poderá também escrever a palavra bem grande em um quadro ou cartaz afixado no quarto, de forma a auxiliar a criança a visualizar a palavra que será formada). Convide a criança a procurar pelo quarto as sílabas que formam a palavra sorteada. A solicitação é um convite animado e não uma ordem. Você poderá demonstrar para a criança como pular sobre as sílabas para formar a palavra e convidá-la a fazer o mesmo. Assim que a criança pular nas sílabas formando a palavra, transforme-se no animal e faça cócegas nela.

Variações:

Se a criança não se interessar por receber cócegas, ofereça ações motivadoras diferentes como, por exemplo, desenhe o animal sorteado, faça massagens na criança, rode a criança numa lycra ou a leve para passear em suas costas enquanto você representa o respectivo animal. Se a criança não se interessar por animais, as palavras podem nomear personagens ou meios de transporte que serão representados por você.

Podemos ajustar o grau do desafio dessa atividade pulando em palavras para formar uma sentença. As sentenças podem ser retiradas de letras de músicas, de filmes ou de vídeos que a criança goste. Você poderá escrever a sentença em um quadro ou cartaz afixado no quarto. No caso de sentenças que são falas de personagens conhecidos, represente esse personagem falando como ele. Cada sentença poderá definir que ação divertida você oferecerá para a criança naquele ciclo da atividade.

Aprenda mais sobre o autismo e sobre como ajudar a sua criança em um de nossos cursos. Os cursos são abertos a pais, familiares, profissionais, estudantes e voluntários e as inscrições podem ser parceladas em até 18 vezes.

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Rolar para cima

Descontos por participante:

Turma 1 – São Paulo – 17 a 20 de setembro

Investimento por participante:
1º lote: R$1428 até o dia 10/07/20 (15% de desconto).
2º lote: R$1512 até o dia 10/08/20 (10% de desconto).
3º lote: R$1680 até o dia 08/09/20 (valor integral).
Inscrições limitadas e abertas até o dia 08 de setembro de 2020 (terça-feira).

Descontos em mais de um curso: Quem se inscrever em 2 cursos, também tem o desconto de 5% somado ao desconto por prazo de inscrição. Quem se inscrever em 3 ou mais cursos tem o desconto de 10% somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral dos cursos. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras.

Descontos para grupos: Inscrições para grupos de 2 pessoas têm mais 5% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição, e inscrições para grupos de 3 ou mais pessoas têm mais 10% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral do curso. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras se apenas uma pessoa fizer a inscrição para todos. Para que cada membro do grupo possa fazer o pagamento da inscrição separadamente, mas com o desconto de grupo, entre em contato conosco por email.

Descontos por participante:

Turma 1 – São Paulo – 24 a 27 de março

1º lote: R$1428 até o dia 17/12/21 (15% de desconto).
2º lote: R$1512 até o dia 15/02/22 (10% de desconto).
3º lote: R$1680 até o dia 15/03/22 (valor integral).
Inscrições limitadas e abertas até o dia 15 de março de 2022 (terça-feira).

Descontos para grupos: Inscrições para grupos de 2 pessoas têm mais 5% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição, e inscrições para grupos de 3 ou mais pessoas têm mais 10% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral do curso. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras se apenas uma pessoa fizer a inscrição para todos. Para que cada membro do grupo possa fazer o pagamento da inscrição separadamente, mas com o desconto de grupo, entre em contato conosco por email.