Conversando com o papagaio curioso – estimulando sua criança a responder a perguntas
Conversando com o papagaio curioso
Interesses:
Assistir a encenações, ouvir histórias, interagir com animais, fantoches.
Metas principais:
Comunicação verbal: responder a perguntas que envolvem “quem”, “qual”, “o que”, “onde” e “por que”.
Desenvolver período de atenção compartilhada de 20 min ou mais.
Ação motivadora (o papel dos adultos):
Um adulto poderá encenar uma história divertida e o outro adulto fará o papel de um papagaio curioso, utilizando um fantoche.
Solicitação (o papel da criança):
A criança responder perguntas para que um dos adultos continue contando e encenando uma história.
Estrutura da atividade:
Um dos adultos entra no quarto fantasiado de um personagem que a criança goste e explica para a criança animadamente que esse personagem vai contar uma história. Este adulto começa a contar e a encenar uma história simples e engraçada envolvendo o personagem predileto da criança. O adulto estabelece uma atividade cíclica em que ele conta e encena trechos da história por alguns momentos, afasta-se fazendo suspense e, de forma previsível, volta a contar e encenar a história, repetindo diversos ciclos sem pedir nada à criança, apenas fazendo a ação motivadora de contar e encenar a história de graça, pausando por alguns segundos enquanto faz suspense, fazendo a ação novamente, pausando, e assim por diante. Enquanto isso, o segundo adulto acompanha a criança, ouvindo com ela de forma atenta e empolgada a história que está sendo contada. Quando a criança encontra-se altamente motivada pela ação do adulto, demonstrando este interesse através de olhares, sorrisos, gestos, sons ou palavras, o segundo adulto tira da prateleira o papagaio curioso e passa a solicitar que a criança responda a uma pergunta simples, objetiva e direta envolvendo “quem”, “qual”, “o quê” ou “onde”. A solicitação é um convite entusiasmado e engraçado, e não uma ordem. Os adultos estimulam a criança a responder a pergunta feita pelo papagaio curioso e voltam a realizar a ação desejada por ela (continuar contando e encenando a história com o personagem favorito da criança). Desta forma, os dois adultos mostram para a criança a função de sua comunicação verbal e a importância de respondermos às perguntas das outras pessoas. Nos próximos ciclos da brincadeira, enquanto a criança continua altamente motivada, os adultos a estimulam a continuar respondendo às perguntas feitas pelo papagaio curioso, sendo que as perguntas devem sempre remeter-se ao trecho da história contado e encenado minutos antes.
Variações:
Podemos ajustar o grau do desafio desta atividade quando a criança já consegue responder às perguntas com facilidade pedindo que ela responda a perguntas mais complexas, como perguntas com “por que”. Os dois adultos facilitadores, um representando o personagem e o outro usando o fantoche do papagaio, também podem interagir entre si, incrementando a história com mais detalhes ou simplesmente servindo como um modelo para a criança aprender a responder a perguntas mais difíceis e mais complexas. O adulto representando um personagem, por exemplo, o personagem Ben 10, poderá contar ao papagaio que ele teve que correr muito rápido para escapar de uma chuva de meteoros, enquanto o papagaio pode comentar e perguntar: “De onde os meteoros estavam vindo?”. Ou seja, os adultos podem aproveitar a sessão a 3 para criar diálogos mais complexos e que usem mais elementos simbólicos.
Para ajudar a criança a manter-se motivada durante a interação e prolongar o tempo de duração da atividade, podemos inserir em alguns ciclos pequenas variações na ação motivadora, por exemplo, o adulto que conta a história poderá dançar e cantar enquanto é acompanhado pelo segundo adulto e pela criança.
Caso a criança não se interesse pelo personagem escolhido pelo adulto que conta a história, podemos manter a atividade original e modificar o personagem de acordo com os interesses dela. Se a criança não gostar de fantoches ou do papagaio, o segundo adulto poderá virar um super herói ou um outro animal que surge no meio da história e que faz perguntas para a criança.
Se a criança se interessa pelo personagem escolhido, por fantoches e pelo papagaio, mas desejamos trabalhar uma meta diferente da comunicação verbal como, por exemplo, ajudar a criança a desenvolver o pensamento simbólico, podemos manter a brincadeira, mas modificar o papel da criança na atividade. Ao invés de solicitarmos que ela responda às perguntas, podemos fazer uma pausa com bastante suspense na história que está sendo contada e pedir que ela continue contando o que aconteceu. Por exemplo, um dos adultos fala: “E quando o Ben 10 chegou ao topo da montanha, nossa, sabe o que aconteceu? Ele viu o….”, enquanto faz a pausa para que a criança dê continuidade à história.
A criança com autismo com a qual você convive gosta de ouvir histórias divertidas? Experimente a atividade do papagaio curioso e conte para a gente!
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