Página: 9 | Inspirados pelo Autismo

Como ajudar pessoas com autismo na interação social

Um artigo interessante publicado num blog do New York Times examina como ajudar pessoas com autismo na interação social e dá uma resposta que nós já conhecemos para essa pergunta: crianças, adolescentes e adultos com autismo podem aprender a se relacionar e a desenvolver suas habilidades de interação social e comunicação simplesmente brincando!

E o artigo vai mais longe. Ele pergunta: por que não usarmos os personagens favoritos da pessoa com autismo para promover, através das brincadeiras, o seu aprendizado social? O artigo sugere que as atividades lúdicas desenvolvidas junto às pessoas com autismo podem ser aproveitadas de forma mais profunda, eficaz e valorosa para a interação social a partir da utilização dos personagens prediletos da criança, adolescente ou adulto.

Kevin Pelphrey, diretor do laboratório de neurociência da criança na Universidade de Yale, defende a individualização e a personalização da terapia para cada criança e, sendo assim, na opinião dele, se uma criança tem uma afinidade com certos personagens animados, seria absolutamente válido propor uma terapia que incorpore os personagens prediletos dela de forma significativa.

Kevin Pelphrey, juntamente com outros pesquisadores, tais como John D. E. Gabrieli, do MIT, Simon Baron-Cohen, da Universidade de Cambridge, e Pamela Ventola, de Yale, estão propondo um ensaio clínico para testar esta proposta. A ideia teria surgido a partir do livro “Life, Animated” escrito por Ron Suskind, que é um ex-repórter do Wall Street Journal. Nele, Ron fala sobre seu filho, Owen, que tem autismo e que é apaixonado por filmes da Disney como “A Pequena Sereia” e “A Bela e a Fera”.

Ron Suskind conta de maneira emocionante como o pequeno Owen, que regrediu em suas habilidades sociais e em sua comunicação em torno dos 3 anos de idade, usou a repetição de cenas de um filme da Disney para comunicar aos seus pais a sua dificuldade em falar. Owen teria escolhido o trecho “Just your voice” (“Apenas a sua fala”, em Português)  da bruxa Úrsula, que no filme “A Pequena Sereia” havia roubado a voz da sereia Ariel, para expressar o que ele próprio estava sentindo. Owen tinha perdido sua habilidade de falar e estava não verbal naquele momento. Assim como a personagem do filme, o pequeno Owen também não tinha “voz”. Esta experiência fora crucial para a família, que, aos poucos, decidiu aproveitar o fato de Owen ficar atento e focado ao assistir seus filmes favoritos para então usar os elementos e personagens desses filmes como um canal de aprendizado social.

Sobre o ensaio clínico que será conduzido pelos pesquisadores, originado a partir da experiência de Ron e de seu filho Owen,  Sally J. Rogers, professora de psiquiatria no Instituto MIND, da Universidade da Califórnia, e co-autora da abordagem americana Early Start Denver Model, diz: “A hipótese que se colocou à frente é boa, e absolutamente vale a pena estudá-la”. “Se você pensar sobre esses personagens animados, eles são fortes estímulos visuais: as emoções dos personagens são exageradas, aquelas sobrancelhas e os olhos grandes, a música que acompanha as expressões. Observando esses personagens, vemos que é uma forma como muitos de nós aprendemos os scripts que são apropriados nas situações sociais.”

Segundo o jornal, o estudo que será realizado sobre o tema durará 16 semanas e incluirá 68 crianças com autismo, com idades entre 4 a 6 anos. Metade das crianças receberá uma terapia utilizando os programas ou filmes que eles mais gostam como uma estrutura para aumentar a interação e a construção de habilidades que possibilitem o contato visual e jogo social. A outra metade das crianças será o grupo controle, que receberá a mesma quantidade de interações com um terapeuta, mas de forma livre, lideradas pelo interesse da criança.

Nós da Inspirados pelo Autismo estamos entusiasmados com a realização deste estudo e aguardaremos pelos resultados. Em nosso cotidiano, percebemos que muitas de nossas crianças, adolescentes e adultos com autismo também parecem extremamente interessadas por determinados personagens, que eles podem ter visto em programas infantis, em filmes, em jogos, brinquedos, etc. E acreditamos que as falas, expressões, vestimentas, trejeitos e todas as outras possíveis características divertidas e que tornam cada personagem atraente para a pessoa com autismo possam ser incorporados para criar espontâneos e divertidos momentos de interação social em casa, na escola ou no consultório.

Em nossa abordagem, quando nós sentimos que a pessoa com autismo está totalmente envolvida nessa interação social (na brincadeira com o facilitador, que pode ter sido criada a partir de elementos de um filme ou de personagens), nós então introduzimos pequenas solicitações ligadas às metas que estamos trabalhando naquele momento. Por exemplo, podemos pedir que a criança tenha uma participação física junto ao personagem favorito dela ou que ela responda ao personagem a respeito de determinado tema. Muitas crianças, adolescentes e adultos se sentem motivados e verdadeiramente apreciam esse momento de interação, ao mesmo tempo em que sabemos que eles estão desenvolvendo os seus talentos e habilidades.

Leia o artigo (em inglês) publicado no New York Times para conhecer melhor o ensaio científico que será realizado e também a opinião de outros pais e profissionais sobre atividades lúdicas envolvendo personagens. Quer conhecer a história de Owen e saber como ele se desenvolveu numa terapia que utilizou seus personagens prediletos? Acesse aqui uma matéria no mesmo jornal sobre a experiência dele, contada por seu pai.

Saiba que nós da Inspirados pelo Autismo temos visto que as atividades lúdicas dão certo! Você já tentou algo assim antes para ajudar pessoas com autismo na interação social? Vamos lá! Observe quem são os personagens prediletos da pessoa com autismo nesse momento e traga elementos desse personagem para a interação social de vocês. Você pode improvisar a vestimenta e se esforçar para imitar o personagem e seu jeito engraçado de agir. Acesse a nossa página sobre atividades interativas e se inspire. Depois, conte para a gente como foi a sua experiência. Divirtam-se!

Como ajudar pessoas com autismo na interação social Read More »

Como criar atividades para pessoas com autismo

Como criar atividades para pessoas com autismo

A abordagem da Inspirados pelo Autismo propõe que o desenvolvimento das crianças, adolescentes e adultos ocorra através de uma interação divertida entre a pessoa com autismo e um facilitador.

A essência da atividade é a diversão. A interação prazerosa entre a pessoa com autismo e o facilitador é o foco. Para conseguirmos aliar as metas do programa da pessoa com autismo aos interesses e motivações dela, existe um amplo e estruturado planejamento. Pais, familiares, profissionais e voluntários precisam estar sintonizados com os objetivos do programa e muito atentos ao que está chamando a atenção da pessoa com autismo naquele momento.

Em nosso último Curso de Módulo 3, trabalhamos em conjunto com os participantes para ajudá-los a desenvolver não só sua capacidade para criar atividades para pessoas com autismo, como também a expressividade para colocar essas novas atividades em prática. Tudo começou pela análise da Tabela de Habilidades da Inspirados pelo Autismo, que é parte do material didático do curso e peça fundamental para a estruturação do programa. Com a ajuda da Tabela, podemos escolher em que metas focar.

Em grupo, fizemos também uma tempestade de ideias para identificar quais seriam as ações motivadoras para cada criança e quais seriam as estratégias para alcançarmos as metas estabelecidas. Como criar atividades para pessoas com autismo, pensamos juntos? Qual será o papel do do adulto? E o que será solicitado da criança? Quais serão as ações motivadoras oferecidas à criança? Quais possíveis variações podem ser incorporadas à brincadeira? (Você pode ver alguns exemplos das atividades em nossa página de atividades para crianças com autismo.)

Veja a seguir as fotos do fantástico processo de como criar atividades para pessoas com autismo e também do trabalho feito para expansão da expressividade durante as brincadeiras.

Parabéns aos grupos de trabalho presentes no evento por criar atividades para pessoas com autismo que sejam inovadoras, divertidas, criativas, engraçadas e promotoras do desenvolvimento! Compartilhem com a gente notícias sobre como tem sido a aplicação destas atividades com as pessoas com autismo com que vocês se relacionam!

Como criar atividades para pessoas com autismo Read More »

Desenvolvimento social na inclusão escolar de crianças com autismo

O último semestre do ano letivo começou há alguns dias. Sabemos que parte significativa de nossas crianças e adolescentes com autismo está frequentando a escola, muitas vezes em um esforço paralelo ao programa domiciliar responsivo. Para pais e alunos, é hora de retomar a rotina escolar. Para os professores, é o momento de reencontrar as turmas.

Para que todos possam seguir em frente com energia, empolgação e entusiasmo, gostaríamos de compartilhar com vocês uma matéria que apresenta os resultados de um estudo conduzido pela Universidade de São Paulo (USP), sobre inclusão escolar de crianças com autismo.

A matéria discute os resultados da pesquisa Autismo e escola: perspectiva de pais e professores, realizada pela fonoaudióloga Ana Gabriela Lopes Pimentel. Entre as conclusões da pesquisa, destaca-se o desenvolvimento social como um dos principais benefícios dos projetos de inclusão escolar de crianças com autismo. Segundo a autora, melhorias na comunicação e na interação social são avanços alcançados pelos alunos com autismo e relatados pelos profissionais da escola.

Leia a matéria completa publicada no site da USP.

Quer saber mais sobre como se preparar para a retomada das aulas?

Acesse o nosso artigo sobre Estilo Responsivo e Inclusão Escolar. Temos recomendações valiosas sobre a preparação do aluno e sobre como desenvolver um trabalho conjunto entre pais, equipe multidisciplinar e escola. Explicamos também como fazer para conciliar um programa domiciliar responsivo com a inclusão escolar de crianças com autismo.

Leu o artigo e quer se aprofundar mais?

Está chegando também a nossa primeira Oficina sobre Criação de Atividades e Inclusão Escolar. Conheça a programação do evento e veja como ele poderá lhe ajudar no dia a dia de sua criança na escola.

Desenvolvimento social na inclusão escolar de crianças com autismo Read More »

Show de talentos – uma atividade lúdica para crianças com autismo

Leia a seguir mais uma fantástica sugestão de atividade lúdica para crianças com autismo que poderá ajudar a sua criança, adolescente ou adulto com autismo a desenvolver os seus talentos e habilidades.

Interesses:

Programas de televisão, personagens favoritos, cantar, dançar, ouvir histórias, piadas, acrobacias e charadas.

Metas principais:

Participação física da criança na brincadeira. Flexibilidade. Desenvolver atenção compartilhada de 15 minutos ou mais.

Ação motivadora (o papel do adulto):

O adulto agirá como se fosse um participante de um show de talentos televisivo e representará os personagens nas diversas apresentações sorteadas.

Solicitação (o papel da criança):

A criança jogará dois dados. O primeiro dado conterá figuras dos seus seis personagens favoritos. O segundo dado conterá palavras com seis tipos de apresentação (por exemplo, dançar, cantar, contar uma piada, fazer e responder uma charada, contar uma história, fazer uma acrobacia) que serão executadas pelos personagens.

Estrutura da atividade:

O adulto explica à criança que eles vão participar de um incrível show de talentos e que, para escolher o personagem que irá se apresentar, eles precisarão jogar dois dados.

Com o primeiro dado, será possível saber qual personagem vai se apresentar e, com o segundo dado, o que acontecerá na apresentação.

Se a criança demonstrar interesse, o adulto começa então a simular o show de talentos, explicando que eles estão num auditório na TV e que logo em breve começarão a entrar alguns personagens muito legais. O adulto pode pedir à criança que se sente na plateia, para assistir ao show.

O adulto começa ele mesmo jogando os dados, um de cada vez. O adulto comemora o personagem sorteado e faz suspense quanto ao que será encenado pelo personagem.

Após o sorteio e a apresentação de alguns personagens, e quando o adulto notar que a criança está se divertindo e que ela está bastante engajada na brincadeira, o adulto poderá então solicitar que a criança jogue um dos dados ou os dois dados.

Assim que a criança se levantar da plateia e jogar os dados, o adulto responderá rapidamente e com entusiasmo, encenando o personagem e a apresentação determinadas pelos dados.

Caso a criança esteja interessada na brincadeira, mas ainda não queira jogar os dados, o adulto continuará jogando-os e aproveitando o período de atenção compartilhada, comemorando o contato visual, sorrisos e gargalhadas da criança.

Se vocês estiverem usando essa brincadeira em uma sessão a três, os dois adultos podem revezar a encenação dos personagens, deixando a brincadeira mais dinâmica.

Dependendo do estágio de desenvolvimento da criança e de sua flexibilidade, vocês podem alternar entre os três as funções de jogar os dados e fazer as encenações – a própria criança poderá realizar as encenações, caso ela se mostre interessada em assumir esse papel!

Materiais sugeridos:

Durante a atividade lúdica para crianças com autismo podem ser utilizadas vestimentas e acessórios que ajudem a caracterizar os personagens. As vestimentas e acessórios podem ser colocadas na prateleira. Já os dois dados podem ser confeccionados, por exemplo, com caixas de sapato.

Variações:

Podemos ajustar o grau do desafio desta atividade lúdica para crianças com autismo, pedindo que a criança, além de jogar os dados, aponte objetos na prateleira que poderão ser usados na apresentação do personagem da vez. A criança pode ainda ajudar o personagem a se preparar, vestindo os apetrechos que vocês escolherem na prateleira. Caso a criança mostre-se interessada e queira participar da apresentação do personagem, para incrementar a flexibilidade, você poderá criar cartões que seriam retirados de um envelope para saber quem será a plateia, o personagem ou o apresentador da vez.

Para ajudar a criança a manter-se motivada durante a interação e prolongar o tempo de duração da atividade, podemos inserir em alguns ciclos pequenas variações na ação motivadora, por exemplo, você poderá introduzir um terceiro dado, para determinar a forma como a apresentação deverá ser encenada pelo personagem: por exemplo, lenta, rápida, engraçada, triste, silenciosa, barulhenta (você não precisa solicitar à criança que jogue esse terceiro dado, mas se aproveitar dele para tornar a apresentação mais engraçada e curiosa). Se vocês estiverem em uma sessão a três, duas pessoas podem encenar ao mesmo tempo dois personagens, que podem estar atuando juntos de forma interativa no palco.

Caso a criança não se interesse pelos personagens do dado, podemos manter a atividade original e modificar os personagens de acordo com os interesses da criança no momento. Você poderá representar animais ou quaisquer outros personagens.

Se a criança se interessa pelo show de talentos e pelos personagens, mas desejamos trabalhar uma meta diferente, como a imitação, podemos manter a brincadeira, mas modificar o papel da criança na atividade. Ao invés de solicitarmos que ela jogue os dados, podemos pedir que ela imite paralelamente a nossa apresentação (por exemplo, em frente ao espelho). Podemos trabalhar também a comunicação, pedindo que a criança diga o nome do personagem que vai se apresentar ou, dependendo do estágio de desenvolvimento de sua comunicação, avise à plateia imaginária ou formada por bonecos que a tal personagem fará uma apresentação de tal coisa.

Se nossa criança mostrar-se envolvida com os personagens, mas não se interessar pelas apresentações feitas pelo adulto, podemos manter a mesma estrutura da brincadeira, e oferecer uma ação motivadora diferente, como por exemplo, o personagem sorteado no primeiro dado fazer cócegas, massagem/carinho na criança ou brincar de pega-pega com ela, que seriam as ações do segundo dado.

Participe de nosso blog e troque ideias com a gente.

Gostou dessa atividade? Já experimentou alguma brincadeira parecida? Queremos conhecer a sua opinião! Deixe a sua dica para outras pessoas nos comentários. Você pode também compartilhar essa atividade (no Facebook, por exemplo) clicando nos ícones abaixo.

Show de talentos – uma atividade lúdica para crianças com autismo Read More »

O Leão que Aperta – atividade para crianças com autismo

Veja aqui mais uma ideia de atividade para crianças com autismo com o objetivo de estimular o contato visual (olhar nos olhos) e a começar a interagir com um adulto em uma atividade de 2 minutos ou mais – habilidades fundamentais para o desenvolvimento social. A atividade sugerida é simples para se aplicar e também está entre as favoritas de nossas crianças!

Interesses

Ter partes do corpo apertadas (massagem de forte pressão), cócegas, animais do zoológico, onomatopeias, movimentos corporais exagerados.

Metas Principais

Estimular o contato visual – olhar por 1 a 2 segundos por vez para iniciar e manter a interação com parceiros conhecidos e responsivos. Desenvolver atenção compartilhada de 2 minutos ou mais.

Ação Motivadora (o papel do adulto)

Animando o fantoche do leão nas mãos, o adulto imita os trejeitos e sons do animal enquanto aperta as mãos da criança.

Solicitação (o papel da criança)

Olhar nos olhos do adulto para demonstrar que está interessada em receber mais da ação motivadora realizada na atividade interativa.

Preparação da Atividade

Você poderá confeccionar em E.V.A. ou feltro os fantoches dos animais que a sua criança mais gosta. Caso a criança tenha bichos de pelúcia dos animais, poderá utilizá-los como fantoches. Se o fantoche puder mexer e abrir a boca, a atividade ficará ainda mais divertida.

Estrutura da Atividade

Com o fantoche do leão em uma das mãos, você avisa para a criança que agora o leão virá brincar com ela. Você imita os sons e os trejeitos do animal para motivar a criança a olhar para você e não apenas para o fantoche do leão. Com movimentos corporais exagerados e variação na entonação de voz, você anuncia para a criança que está prestes a apertar as mãos ou os braços dela. Se a criança então permitir a aproximação do adulto, este aperta as mãos dela sem solicitar nada em troca, apenas agradecendo a criança por ter permitido a aproximação. Começa assim uma atividade cíclica, onde o adulto faz a ação motivadora por alguns minutos, dá alguns passos para trás, faz suspense e de forma previsível avisa a criança que “o leão vai apertá-la” novamente. Cada vez que a criança olha espontaneamente para o adulto – mesmo por breves momentos – este comemora a iniciativa dela e intensifica a ação do leão, ressaltando que é o olhar que move o leão para apertar as mãos. Quando a criança estiver motivada pela atividade (sorrindo, puxando os seus braços ou o leão na direção dela) dê alguns passos para trás, anuncie que vai “apertá-la”, mas espere até que ela olhe em seus olhos. Se ela não olhar, solicite gentilmente que ela olhe para demonstrar que deseja mais de sua ação. Espere pelo olhar da criança e então comemore o olhar e volte a agir como o leão.

Variações

Caso a criança não tenha interesse por animais do zoológico, mantemos a estrutura da atividade original e modificamos o personagem de acordo com o seu interesse, por exemplo, utilizando o fantoche da Peppa Pig, de um personagem dos Monstros S.A. ou imitando personagens como bruxa e pirata para realizar a ação de “apertar” as mãos.

Para ajudar sua criança a manter-se interessada e motivada pela atividade, podemos ampliar os locais apertados pelo bicho ou personagem, como por exemplo, braços, pernas, pés, costas, barriga, etc.

Quando a criança estiver muito motivada e já tiver adquirido um período médio de atenção compartilhada de 2 minutos, poderemos ajudar a criança a permanecer na atividade interativa por 6 minutos ou mais. Uma estratégia para prolongar a atividade seria inserir outros bichos além do leão para apertar-lhe as mãos, todos oferecendo a mesma ação motivadora de apertar. Para a criança ter a previsibilidade do que irá acontecer e sentir-se segura para interagir, é importante que antecipemos para ela qual será o próximo animal a apertá-la, por exemplo: “Agora quem vai apertar é o macaco!” ou “O macaco aperta”.

Quando estivermos ajudando a nossa criança a desenvolver um período médio de atenção compartilhada de 12 minutos, poderemos aumentar a complexidade da estrutura trazendo diversos bichos, e cada um oferecer uma ação motivadora diferente para a criança, como por exemplo, o urso que aperta a criança, o macaco que faz cócegas, o elefante que faz carinho, o cavalo que a leva para passear nas costas. É importante sempre anteciparmos para a criança o momento em que estamos prestes a alternar o bicho, por exemplo: “Agora quem vem é o macaco que faz cócegas!”. Após demonstrar para a criança o que cada bicho faz, você pode convidá-la a escolher qual bicho (e sua ação motivadora correspondente) ela deseja em seguida.

Ao oferecer esta atividade, se a criança não permitir a ação de apertá-la, podemos utilizar a estrutura da atividade e realizarmos outra ação motivadora, por exemplo, uma outra forma de massagem, cócegas ou uma “formiguinha” que sobe nas pernas dela.

Por Graziela Tinti e Mariana Tolezani

Esta e as outras atividades interativas apresentadas no site da Inspirados pelo Autismo foram desenvolvidas para promover o desenvolvimento de pessoas com características do autismo e sua vizualização é universal e gratuita. Porém, todos os materiais presentes neste site são protegidos por leis de direitos autorais. Para reproduzir qualquer parte do material do site, solicitamos que o nome Inspirados pelo Autismo e o link do site www.inspiradospeloautismo.com.br sejam inclusos na apresentação do material compartilhado.

O Leão que Aperta – atividade para crianças com autismo Read More »

O Sapo Saltador – atividade para crianças com autismo

Veja aqui uma ideia de atividade para crianças com autismo com o objetivo de estimular o contato visual (olhar nos olhos) e a começar a interagir com um adulto em uma atividade de 2 minutos ou mais – habilidades fundamentais para o desenvolvimento social. A atividade sugerida é simples para se aplicar e está entre as favoritas de nossas crianças!

Interesses:

Animais, movimentos exagerados, onomatopeias, suspense, brincadeiras físicas, pular, movimentos corporais amplos, efeitos sonoros, expressões faciais exageradas, acessórios, palhaçada, humor físico.

Metas principais:

Estimular o contato visual – olhar por 1 a 2 segundos por vez para iniciar e manter a interação com parceiros conhecidos e responsivos. Desenvolver atenção compartilhada de 2 minutos ou mais.

Ação motivadora (o papel do adulto):

Com movimentos amplos, fingir ser um sapo que salta enquanto coaxa. Utilizar técnicas de suspense antes de cada salto.
Solicitação (o papel da criança):
Demonstrar interesse pela atividade olhando nos olhos do adulto.

Estrutura da atividade:

Fantasiado de sapo, podendo se utilizar de acessórios de sua preferência, tais como, pintura facial, máscara de sapo, capa ou roupas verdes, imite o som do sapo e dê pequenos e grandes saltos, comunicando à criança que você se transformou em um sapo saltador e que quanto mais ela olhar para você, mais você fará um Show de Saltos. Faça pequenas pausas e salte de novo, sem pedir nada à criança. A cada olhar espontâneo da criança, você a agradece claramente pelo olhar e intensifica os seus saltos, demonstrando a ela que o motor de sua ação de saltar é o olhar dela. Quando criança estiver altamente conectada, faça pausas maiores e utilize técnicas de suspense. Por exemplo: abaixe-se na posição de sapo, com as mãos no chão, e diga “Eu vou pular…. Eu vou pular….” enquanto balança o seu corpo “de sapo” para frente e para trás antes de pular realmente. Este tipo de suspense tende a promover o contato visual espontâneo. Se, ainda assim, a criança olhar para o seu corpo e não para os seus olhos, peça diretamente que ela olhe em seus olhos para você poder pular. Comemore o contato visual espontâneo ou solicitado e volte a saltar!

Variações:

Para aumentara motivação da criança e por consequência o tempo de período de atenção compartilhada, introduza cambalhotas, interprete um sapo pulando com a pata machucada, ou ainda um sapo que pula, tropeça e cai dramaticamente com muito humor pastelão.

Se sua criança gosta de outros animais, em vez de ser o sapo, você pode ser outro animal, por exemplo: o coelho que faz cafuné; o urso que aperta; o macaco que faz cócegas.Você também pode ser um personagem de desenho animado que canta e, de repente, no meio da música, começa a tossir, espirrar ou soluçar.

No caso de uma criança que já possui um período médio de atenção compartilhada de 2 minutos e você quer ajudá-la a permanecer na atividade interativa por 6 minutos ou mais, separe antecipadamente acessórios de caracterização de 2 a 3 animais e os mantenha na prateleira organizados para fácil acesso. Em uma mesma atividade, você pode ter um ou dois ciclos do sapo saltador, troca os acessórios e se transforma por um ou dois ciclos no dinossauro que canta, tropeça e começa a cantar com soluços, troca os acessórios e transforma-se novamente no sapo saltador, e assim por diante. Após alguns ciclos, quando a estrutura da atividade interativa estiver clara para a criança, você pode oferecer um papel físico para ela: escolher e lhe entregar um dos acessórios para que você se transforme no animal correspondente.

Por Vanessa Maioral e Mariana Tolezani

Esta e as outras atividades interativas apresentadas no site da Inspirados pelo Autismo foram desenvolvidas para promover o desenvolvimento de pessoas com características do autismo e sua vizualização é universal e gratuita. Porém, todos os materiais presentes neste site são protegidos por leis de direitos autorais. Para reproduzir qualquer parte do material do site, solicitamos que o nome Inspirados pelo Autismo e o link do site www.inspiradospeloautismo.com.br sejam inclusos na apresentação do material compartilhado.

O Sapo Saltador – atividade para crianças com autismo Read More »

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Agradecemos a presença dos pais, familiares e profissionais que participaram de nosso Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 em Curitiba!

Veja abaixo as fotos que mostram a dedicação dos participantes durante as palestras e as divertidas dinâmicas de criatividade e expressividade do curso.

Clique nas fotos para baixar.

Sinta-se à vontade para deixar seus comentários no formulário no final da página.

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

[/one_half]
[one_half last=”yes”]

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba
[/one_half]

Curso Autismo, Interação Prazerosa e Aprendizagem Módulo 1 – Curitiba Read More »

Como ajudar uma criança com autismo a utilizar o vaso sanitário

Quanto à meta de utilização do vaso sanitário, recomendamos que, se for uma criança, o facilitador encoraje a criança com autismo a utilizar o vaso sanitário através de estímulos divertidos, convites animados, brincadeiras que contribuam para a conscientização da possibilidade de se fazer xixi no penico ou vaso, e de como esta possibilidade pode ser divertida para a criança (ex: teatrinhos com fantoches utilizando o banheiro, músicas favoritas com a letra adaptada para o tema, desenhos, decorações próximas ao vaso, livros e conversas),dando bastante controle para a criança utilizar o banheiro quando quiser, se quiser.

De maneira geral, quando os pais querem ajudar a criança a utilizar o vaso, costumamos recomendar que tirem as fraldas da criança durante o dia quando a criança for permanecer em casa, em local fácil de se limpar episódios de xixi e cocô nas calças e no chão. O melhor lugar para se fazer isso costuma ser o quarto de brincar/interagir, pois acompanhamos a criança durante todas as sessões, e ficamos atentos para os sinais precursores de que a criança está para fazer xixi ou cocô, podendo então convidá-la para o penico ou vaso antes que isso ocorra. Cada vez que a criança faz xixi ou cocô na roupa ou no chão, limpamos sem demonstrar nenhuma reprovação, bronca ou emoção intensa, para não alimentar este ato da criança com uma atitude que pode ser interessante para ela. Explicamos que precisamos parar de brincar um pouco para limpar o xixi e o fazemos tranquilamente. Ao mesmo tempo, incentivamos a criança a fazer no vaso na próxima vez. Por último, e muito importante, comemoramos cada vez que a criança se aproxima ou chega a utilizar o penico ou vaso, fazendo muita festa mesmo para encorajá-la a repetir este ato em outras ocasiões.

Recomendamos também o uso de modelagem (que o pai e/ou mãe contem para a criança que eles também utilizam o banheiro e, se possível, que “mostrem” o vaso sanitário sendo utilizado por eles mesmos ou por irmãozinhos da criança).

Para algumas pessoas, o penico ou vaso de acampamento (“camping potty” – apresenta um bom tamanho para adultos e possui um reservatório selado embaixo) funcionam melhor que o vaso sanitário convencional, seja por estarem no próprio quarto de brincar/interagir, pelo tamanho ou pelo fato de não terem água no fundo.

Com os adolescentes e adultos com autismo, tentamos utilizar as mesmas estratégias, mas conversamos mais com a pessoa sobre as razões higiênicas para a utilização do vaso e até sobre as regras sociais relativas ao fato, e adaptamos tanto a conversa quanto as atividades estimuladoras ao estágio de desenvolvimento social/cognitivo da pessoa e suas diferentes motivações.

Convidamos nossos leitores a deixar suas dicas e experiências sobre esse assunto nos comentários abaixo com o objetivo de ajudar outras pessoas enfrentando esse desafio em casa, na escola ou na clínica.

Save

Como ajudar uma criança com autismo a utilizar o vaso sanitário Read More »

Rolar para cima

Descontos por participante:

Turma 1 – São Paulo – 17 a 20 de setembro

Investimento por participante:
1º lote: R$1428 até o dia 10/07/20 (15% de desconto).
2º lote: R$1512 até o dia 10/08/20 (10% de desconto).
3º lote: R$1680 até o dia 08/09/20 (valor integral).
Inscrições limitadas e abertas até o dia 08 de setembro de 2020 (terça-feira).

Descontos em mais de um curso: Quem se inscrever em 2 cursos, também tem o desconto de 5% somado ao desconto por prazo de inscrição. Quem se inscrever em 3 ou mais cursos tem o desconto de 10% somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral dos cursos. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras.

Descontos para grupos: Inscrições para grupos de 2 pessoas têm mais 5% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição, e inscrições para grupos de 3 ou mais pessoas têm mais 10% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral do curso. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras se apenas uma pessoa fizer a inscrição para todos. Para que cada membro do grupo possa fazer o pagamento da inscrição separadamente, mas com o desconto de grupo, entre em contato conosco por email.

Descontos por participante:

Turma 1 – São Paulo – 24 a 27 de março

1º lote: R$1428 até o dia 17/12/21 (15% de desconto).
2º lote: R$1512 até o dia 15/02/22 (10% de desconto).
3º lote: R$1680 até o dia 15/03/22 (valor integral).
Inscrições limitadas e abertas até o dia 15 de março de 2022 (terça-feira).

Descontos para grupos: Inscrições para grupos de 2 pessoas têm mais 5% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição, e inscrições para grupos de 3 ou mais pessoas têm mais 10% de desconto somado ao desconto por prazo de inscrição. Somados, os descontos podem chegar a quase 25% do valor integral do curso. Os descontos serão oferecidos no total do carrinho de compras se apenas uma pessoa fizer a inscrição para todos. Para que cada membro do grupo possa fazer o pagamento da inscrição separadamente, mas com o desconto de grupo, entre em contato conosco por email.